Me desculpa se hoje o mim conjugar verbo, a virgula for usada
demais ou de menos, se a repetição de palavras só for corrigida pelo Word e não
por mim, me desculpa também se eu escrever demais, embaralhar as coisas e
aquele bibibi todo, é que decidi que hoje, essencialmente hoje, eu nem quero
passar perto de gramática. Hoje, na verdade, eu só queria passar perto de você.
Passar não, eu queria ficar. Ficar perto, bem perto, pertinho mesmo, ao ponto
de nossos corpos quase se tornarem um só. É difícil pra mim essa coisa aqui
dentro que de repente resolve fazer protesto, sair do silencio e gritar,
berrar. Berrar por você. Aí resolve sair batendo em todas as portas avisando
que chegou e vai encontrando amigos pelo caminho. Aí junta memória, saudade,
lembrança, amor, raiva, dor. E quando eu vejo sou uma caixinha mal embaralhada
de você, uma caixinha que resolveu revirar as ultimas atualizações e protestar
por mais visitas suas. Tentei explicar que você não vinha, ou que vinha, mas
que eu, e nem você, sabíamos quando. Tentei segurar as pontas mas quando eu
soltei, deu um sacode danado. E entendi que falta, a gente não cobre com um
punhado de tentativas vãs de calar o que não se cala. Entendi que aquele filme
vai passar mil vezes na minha cabeça e nunca, nunca parar de dar replay. O
filme que eu gravei como a coisa mais pura e sincera que eu já ousei sentir, a
coisa que me faz acreditar que o mundo não tá tão sem concerto e destruído
assim. O filme dos nossos abraços e dos teus sorrisos, aqueles que tu
compartilhou de alguma forma com os meus. Alguns passos meio desgovernados,
braços se abrindo segundos antes da tua chegada definitiva, beijinho na
bochecha. Braço direito pelo pescoço, esquerdo por debaixo do teu braço
direito, que corre direto pra tuas costas. Aí sinto os teus passando pela minha
volta e se completando com um aperto forte nas costas. Pronto, o mundo não
existe e eu to em um presídio de segurança máxima do qual eu não quero sair
nunca mais. Pronto, to no meu lar, to no meu lugar mais seguro do mundo, no meu
lugar predileto. Teu cheiro invade meu corpo, teu toque me faz suspirar e tua
voz sempre baixinha profetizando alguma coisa repetitiva (ou inovadora) vai
deslizando nos meus ouvidos. Aí vem teu sorriso, aqueles diversos tipos que
sempre fazem tuas bochechas acumularem nos cantinhos dos lábios. E a tua
risada? E quando tu resolve ter um ataque de risos perto de mim? Parece que subi
pro céu e to ouvindo minha canção predileta recém lançada pela primeira vez. E
sorrio junto, gargalho junto, sou feliz por mim, por você e por todo mundo que
quiser e precisar ser feliz também, afinal, naqueles momentinhos, eu posso doar
felicidade de tão abundante que ela é. E quando eu to longe disso tudo perco a
direção e quando o filme insiste em se intrometer nos pensamentos as lágrimas
caem junto com a certeza de que sou feliz do teu lado. É tudo saudade, a
saudade é tudo. Mas sem você tudo por aqui parece tão... nada. Aderi ao protesto e to berrando pra ti
e o pro mundo inteiro ouvirem: to precisando que tu volte, logo, depressa,
correndo. Volte sorrindo pro meu abraço. Sempre o mesmo pedido, sempre a mesma
pessoa. Sempre eu, a saudade, e você.